Formação, Pesquisa, Reflexão e Preservação da Memória Audiovisual


Cinemateca Capitólio

Na década de 90, a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o Governo do Estado iniciaram uma ampla política de revitalização da área central, focada na reurbanização de praças e passeios públicos. Além de aumentar a segurança dos cidadãos, o objetivo era disseminar centros culturais por toda a região, resgatando a vida artística do Centro da Capital. Nesse contexto, em 2003, nasceu em Porto Alegre o projeto Cinemateca Capitólio, com a missão de estabelecer uma cinemateca cuja função seria a de proteger, armazenar, mapear e difundir a memória da produção audiovisual realizada no Rio Grande do Sul – incluídos nesse rol não apenas filmes, mas também roteiros, fotos, livros, cartazes e demais itens que compõem a realização cinematográfica.

Desenvolvido através de uma parceria entre a Fundação Cinema RS (FUNDACINE), Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA) e a Associação dos Amigos do Cinema Capitólio (AAMICA), o projeto visa a restauração do prédio do antigo Cine-Theatro Capitólio, com a proposta de ancorar o aproveitamento do espaço à instauração de uma cinemateca. Para potencializar suas atividades enquanto centro de pesquisa e preservação, foi firmado um termo de cooperação junto à Cinemateca Brasileira, por meio do qual ficou acordado que a Cinemateca Capitólio manterá acervo de cópias dos filmes, enquanto as matrizes serão guardadas na Cinemateca Brasileira, tornando-se objeto de projetos de restauro e preservação desenvolvidos conjuntamente.

Além disso, o projeto pretende entregar à cidade de Porto Alegre uma sala de cinema com capacidade para 188 pessoas, uma sala multimídia para realização de eventos, quatro salas de vídeo, uma biblioteca, uma videoteca, espaço para exposições e espaço para convivência. O projeto de recuperação arquitetônica do prédio se assenta sobre dois pilares. O audiovisual dará a tônica dessa casa de cultura, em respeito ao passado do prédio, mas também pela dinâmica que o setor tem implementado na atividade cultural organizada de Porto Alegre. O desenvolvimento do audiovisual gaúcho tem ficado bastante evidente no volume inédito da produção de longas-metragens, que credencia o Estado como o mais importante pólo produtor de obras audiovisuais fora de Rio e São Paulo. Este projeto vincula-se aos programas em implementação de desenvolvimento da indústria audiovisual, e apresenta ao país uma instituição destinada à formação de públicos em vários níveis, viabilizando iniciativas para a valorização da crítica, a coleta de informações sobre os públicos e a preservação de acervos importantes. O segundo pilar é a relação estreita e apaixonada com as comunidades do bairro e da cidade. Não se está tratando de um centro cultural qualquer num lugar qualquer. Essa relação faz toda a diferença, tanto para a viabilidade financeira do projeto, quanto para a definição de seus públicos-alvo e o incremento de serviços culturais dirigidos aos que vivem e trabalham no centro da cidade. A integração com os agentes locais, da cidade e da atividade cultural organizada, é uma exigência e uma vantagem a ser trabalhada nas políticas implementadas no projeto.

O projeto arquitetônico foi elaborado pelos arquitetos Marcelo Fernandez e Telmo Stensmann, com a supervisão da Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural da Secretaria Municipal da Cultura e do Escritório de Projetos e Obras da Secretaria Municipal de Obras e Viação e procurou preservar as características do monumento. Iniciada em 2004, a etapa I da restauração compreendeu a execução completa do reforço da estrutura do prédio, obras civis de reparação, restauro de elementos decorativos, isolamento termo-acústico, impermeabilizações, preparação para as instalações elétricas, lógica, telefônicas e de CFTV, recuperação da fachada, entre outras reformas. Já na etapa II foram executados os trabalhos de acabamentos. As etapas I e II foram viabilizadas pela Petrobrás, a qual investiu R$ 4.082.887,35 através da Lei Rouanet e encerrou seu apoio em 2006. A  terceira e última etapa foi iniciada em 2010, através do patrocínio do BNDES, o qual irá investir R$ 1.110.265,80 para a compra de equipamentos e mobiliário. Até o momento, já foram adquiridos e instalados todo o sistema de ar condicionado e gerador elétrico. Em breve, a FUNDACINE fará a aquisição e instalação da subestação transformadora e com isso o sistema de climatização poderá ser utilizado.

Para o restante da obra civil e reparos a serem feitos no prédio, a FUNDACINE espera contar com o apoio financeiro do Governo Federal e Municipal, com o objetivo de inaugurar a Cinemateca Capitólio até o final do 1º semestre de 2012. Para viabilizar as operações deste espaço cultural pelo primeiro ano de existência, a FUNDACINE está buscando investidores através de incentivo fiscal federal, com o projeto Cinemateca Capitólio – Gestão e Programação. Os investidores interessados devem fazer contato através do e-mail capitolio@fundacine.org.br ou pelo telefone (51) 3226.3311. Para maiores informações, acesse o site www.capitolio.org.br.


Núcleo de Produção Digital Porto Alegre - RS

Ao longo de 2010, a FUNDACINE foi convidada para ser a gerenciadora do primeiro Núcleo de Produção Digital – NPD do RS, a ser implantado em Porto Alegre até o final de 2011, em parceria com o Ministério da Cultura, através do Programa Olhar Brasil.

O objetivo principal é constituir um centro de formação de mão-de-obra qualificada para atuar no setor audiovisual dentro do RS. O intuito maior é democratizar o acesso às ferramentas e à produção de conteúdos audiovisuais, bem como para potencializar a aprendizagem prática de estudantes de cinema e profissionais já atuantes no mercado, pois a instituição tem como um de seus princípios a crença no potencial do setor e a busca por defender seus interesses.

O Plano de Capacitação do NPD Porto Alegre - RS está organizado por um conjunto de ações integradas que operam em dois eixos. O primeiro oferece formação básica, voltada para a introdução geral às práticas audiovisuais, atendendo a demandas da comunidade local, objetivando, sobretudo a iniciação dos jovens interessados nessa atividade. O segundo, voltado para o aperfeiçoamento dos profissionais que atuam no mercado local, tanto os mais experientes como os iniciantes, incluindo alunos e/ou egressos de cursos superiores de Cinema e Audiovisual, de Comunicação, de Artes e outras áreas. Em ambos os eixos, as oficinas estão integradas a um seminário introdutório e a uma mostra de encerramento.

A gestão de todos os NPDs é sempre colegiada, constituída por um grupo de entidades parcerias que formam a Comissão Gestora. Essa tem por finalidade gerir e acompanhar de forma contínua as ações do Núcleo, bem como participar de constantes reuniões para avaliação do andamento do projeto, a fim de que todas as questões possam ser debatidas e decididas em conjunto. Para o Núcleo de Produção Digital Porto Alegre – RS, ficou determinado que fariam parte da Comissão Gestora as seguintes entidades:

  • Fundação Cinema RS – FUNDACINE              
  • Associação Profissional dos Técnicos Cinematográficos – APTC ABD/RS      
  • Sindicato da Indústria Audiovisual – SIAV    
  • Secretaria de Estado da Cultura do RS - SEDAC          
  • Secretaria Municipal de Cultura - SMC
  • Pontifícia Universidade Católica do RS - PUCRS
  • UNISINOS